Manifesto 'Se Barra Mansa Fosse Nossa" ✊✊

sexta-feira, 31 de julho de 2020


Os tempos em que estamos vivendo não são os melhores. Estamos enfrentando uma pandemia mundial, a Presidência da República é ocupada por um neofascista tosco, sustentado por liberais de direita.

O governador do Rio impõe à população preta, pobre e favelada uma necropolítica radicalizada, que vem ceifando vidas em plena pandemia. E em Barra Mansa, o agora prefeito afastado, Rodrigo Drable, representa o que de pior tem a nossa elite local, uma terrível mistura de arrogância e autoritarismo.

Sim, são tempos sombrios. Tempos em que o neofascismo é uma ameaça real, tempos em que os trabalhadores e setores da classe média têm os seus direitos retirados constantemente, tempos em que um prefeito governa a cidade como se fosse dono dela, sem consultar a população. Estes são os nossos tempos e enfrentá-los é a nossa tarefa histórica.

A classe trabalhadora e o povo já enfrentaram tempos tão sombrios como estes antes, no Brasil e em Barra Mansa, e farão isso novamente. E é com a compreensão desta tarefa histórica que nós, do PSOL Barra Mansa, lançamos por meio deste manifesto a nossa pré-candidatura à prefeitura, que será representada pelos camaradas Petterson Magno e Eliza Campos, um disciplinário e uma professora, ambos da Educação - o setor que mais foi atacado pelas garras de Rodrigo Drable e Jair Bolsonaro.

O nosso objetivo nesta campanha é claro: mostrar para as pessoas que uma nova Barra Mansa é possível. Uma cidade que atenda aos interesses dos trabalhadore/as, dos pequenos comerciantes, dos assalariados, cada vez mais precarizados, e não da elite. Por uma cidade em que não haja lugar para o racismo, o machismo e a lgbtfobia. Por uma cidade com gestão transparente e popular, onde todos os cidadãos possam opinar e decidir os rumos da mesma. Não entraremos na eleição apenas para conquistar votos, mas para disputar corações e mentes, porque sabemos que a Barra Mansa que queremos só pode ser construída coletivamente.

 Por fim, cabe dizer que a nossa campanha também será uma homenagem aos oprimidos e lutadores que resistiram neste território. Pelo povo originário de nossa região, a tribo indígena dos Puris, covardemente massacrados no século XIX; pelas negras e negros que foram aqui escravizados; por Julio Cazajeiras, militante do PCB morto no antigo 1º BIB em 1956; por Estrella Bahadana, militante de esquerda que foi torturada no antigo 1º BIB; por todos aqueles que foram vítimas das barbaridades da Ditadura Militar-Empresarial na região. Nós seguiremos as suas lutas, nós continuaremos lutando! Só a luta muda a vida!

Vamos juntos com mulheres, negros, LGBTs, movimentos sociais e os lutadores sociais de nosso passado. Vamos juntos com Petterson e Eliza mostrar como seria Se Barra Mansa Fosse Nossa! E será!

 

Assinam este manifesto:

 

Diretório Municipal do PSOL BARRA MANSA;

Dani Monteiro – Deputada Estadual pelo PSOL RJ;

Flávio Serafini – Deputado Estadual pelo PSOL RJ e Pré-candidato a prefeito de Niterói;

Glauber Braga – Deputado Federal pelo PSOL RJ;

Renata Souza – Deputada Estadual pelo PSOL RJ e Pré-candidata a prefeita do Rio de Janeiro;

Tarcísio Motta – Vereador do Rio de Janeiro pelo PSOL CARIOCA;

Talíria Petrone – Deputada Federal pelo PSOL RJ;

Marcelo Freixo – Deputado Federal pelo PSOL RJ;

Chico Alencar – Ex-Deputado Federal e pré-candidato a vereador no Rio de Janeiro;

Josiane Peçanha – Pré-candidata a vice-prefeita de Niterói;

Juliana Pereira de Carvalho – Pré-candidata a prefeita de Volta Redonda;

Ademilson Cândido Ressureição – Presidente do PSOL Angra;

Adriana Bitencourt da Silva – Presidenta do PSOL VR;

Maria das Dores Pereira Mota (Dodora) – Secretária Geral do PSOL VR;

Alejandra Estevez – Professora de Sociologia da UFF;

Lira Esperança – Ativista Digital de BM

Anderson da Costa Xavier – Tesoureiro do PSOL Volta Redonda;

Carlos Roberto de Almeida – Coordenador Geral do SEPE Barra Mansa/Rio Claro (Chapa 3) e Diretor de Formação do PSOL Barra Mansa;

Carol Castro – Presidenta do PSOL RJ;

Desyane Alves de Oliveira – Presidenta do PSOL Resende;

Luana Meyer – Membra da direção do PSOL – RJ;

Maria da Conceição Ferreira Nunes – Coordenadora do Interior do SEPE Central (Chapa 3);

Marcilia Rosana Martuscello – Diretora de Gênero e Combate a Homofobia no SEPE Barra Mansa – Rio Claro (Chapa 3);

Rejane Dias Correa Machado – Coordenadora do Interior do SEPE Central (Chapa 3);

Rodrigo Cosenza – Secretário Geral do PSOL Teresópolis e Diretório do PSOL Rio de Janeiro;

Vinicíus Codeço – Secretário Geral do PSOL Rio de Janeiro;


Barra Mansa, 31 de julho de 2020


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NOTA DE REPÚDIO DO PSOL-BM À MENSAGEM 37/2017

quinta-feira, 5 de outubro de 2017
NOTA DE REPÚDIO DO PSOL-BM À MENSAGEM 37/2017, QUE PROPÕE A CRIAÇÃO DE TAXA DE ILUMINAÇÃO NA CIDADE

O PSOL-BM vem por meio desta nota declarar seu posicionamento quanto à Mensagem 37/2017, enviada pelo Prefeito Rodrigo Drable (PMDB) à Câmara Municipal, em caráter de urgência. A mensagem trata da criação de uma taxa de iluminação pública, cujo pagamento poderá ser de até R$ 35,00, para imóveis residenciais, de até R$170,00 para imóveis comerciais e de até R$ 800,00 para indústrias. O prefeito alega que o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) recomendou a criação dessa taxa. Porém, ao analisarmos a Constituição Federal de 1988, seu Art. 149-A diz que “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, [...], Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica”. Ou seja, vemos que a Lei Maior de nosso país não obriga a criação da taxa e deixa claro que ela pode ser criada, mas de modo facultativo, não há obrigação de criação, nesse sentido. Se você sair pelas nossas ruas e perguntar o posicionamento dos moradores, se são favoráveis ou contrários à taxa, a maioria absoluta diz “não" à taxa, uma vez que todos já pagam grandes taxas sem ter o devido retorno. Sem contar o sucateamento escancarado das luzes dos postes da cidade. É fácil sair pelas ruas da cidade durante o dia e encontrar postes acesos, assim como também é fácil sair durante a noite e encontrar vários postes apagados. 

O PSOL-BM, apesar de ainda não ter um representante na Câmara Municipal, entende que, enquanto partido ativo na cidade e que procura defender os interesses populares, sempre tendo membros acompanhando às sessões da Câmara, deve emitir esta nota adotando posição de repudio à criação de tal taxa. Pautamos nossa decisão nos argumentos acima, da Constituição Federal de 1988, a qual institui a criação da taxa como facultativa. Considerando o posicionamento da população, que se opõe legitimamente a essa ideia, não vemos a necessidade da criação dessa taxa. E é de um grande mau-caratismo, uma grande má-fé, botar a culpa da criação da taxa no Tribunal de Contas. Mais uma vez vemos o prefeito tentando driblar a cobrança de suas responsabilidades. Somos a favor da população! Também cremos que isto não trará nenhuma melhora na iluminação pública de nossa cidade e que, consequentemente, nos futuros anos essa taxa terá aumentos consideráveis. Entendemos que a taxa deve ter sua autoria assumida, sendo de total responsabilidade do executivo da cidade, ou seja, do governo atual.



Diretório Municipal PSOL-BM
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Rodrigo Drable declara guerra aos funcionários da educação de Barra Mansa

domingo, 27 de agosto de 2017
Por: Petterson Magno da Silva Santos

            Vou me permitir fazer um elogio ao prefeito Rodrigo Drible, ele é um pmdbista convicto. Lendo na mesma cartilha de Temer e Pezão, o filhote de Eduardo Cunha partiu para cima dos direitos dos profissionais da educação e, em uma só pedrada, quer: transformar o cargo de diretora em CC, aumentar a carga horária dos profissionais de apoio de 30 para 40 horas semanais e retirar o direito a lotação escolar.
            A história começa no dia 03/08/17. O RD mandou uma mensagem para a Câmara, mensagem 32, onde pedia que fosse votada em caráter de urgência algumas leis de autoria do mesmo. Para o leitor ter uma ideia, a mensagem chegou às 18:45 do referido dia, e foi votada pelos senhores vereadores as 19 horas! O documento tinha 27 páginas e suas excelências provaram posteriormente que só tinham lido apenas a primeira página do mesmo! Na primeira página o preface “criava” o cargo de diretora. Os vereadores votaram sem ler, e os professionais da educação só foram saber do feito no dia seguinte, sexta 04/08, quando o seu sindicato, SEPE, teve acesso ao documento.
            Listo agora os senhores vereadores que votaram sem ler o documento: Beleza (PSC), Elias da Corbama (PHS), Gilson Poxa Vida (PSDB), Marcel Castro (PTB), Marcelo Cabelereiro (PDT), Thiago Valério (PPS), Vicentinho (PSB), Zélio Show (PRTB), Jaime Alves; Zé Abel (ambos PRB), Professora Maria Lucia e Paulo Chuchu (ambos SD), José Renato e Wellington Pires (ambos do PP) e encerramos com o representante do PMDB na câmara, Luiz Antônio Cardoso.
            Passo agora a destrinchar o pacote de maldades do Imperador Drable II.
            No início do ano o cargo de diretora era eletivo, ou seja, os profissionais e a comunidade escolar votariam para escolher os diretores da escola, com mandato de dois anos. No entanto, o senhor prefeito não estava satisfeito com isso e fez com que a nomeação de diretores fosse uma atribuição sua. Não sendo o bastante, depois da aprovação da mensagem 32, o posto de diretora passa a ser CC, Cargo Comissionado, ou seja, o Rodrigo Drable pode escolher quem ele quiser para a função de diretor em qualquer escola, como profissionais de outras áreas (como direito e RH) e ex-diretoras para voltar a assumir estas funções. Vale dizer também que o mesmo dobrou a carga horária das mesmas, de 20 para 40 horas semanais, além de lhes praticamente dobrar o seu salário. Como agora diretores são CC, estes vão comer nas mãos do prefeito e, com isso, aprofundar o assédio moral nas escolas.
            Os profissionais de apoio (disciplinários, merendeiras, secretários e afins) ganharam com o PCCS o direito de trabalharem 30 horas semanais. Essa medida permitia equiparar a carga horária dos mesmos, já que existiam na rede funcionários de apoio que já trabalhavam 30, enquanto outros trabalhavam 40. Se baseando em um legalismo barato, o edital do concurso que os profissionais fizeram, o governo está tentando caçar este direito. Vale dizer que, diferente das direções, o prefeito não deu 1 centavo de aumento para estes profissionais. É senhores, voltamos a trabalhar 18 horas, já que das lutas sindicais conquistarem este direito, era está a lei!
            De todos os absurdos feitos pelo senhor Rodrigo Drable em sua mensagem 32, creio que este seja o maior, a retirada do direito a lotação escolar. Uma pessoa que acabe de assumir em um concurso público na área da educação em qualquer cidade vai ter uma lotação escolar, ou seja, uma escola onde vai trabalhar com horários definidos. Agora em Barra Mansa, todos os profissionais estão lotados na SME, ou seja, podem ser retirados de sua escola e de seu horário de trabalho a hora que o prefeito bem entender, e, sem nenhum direito a voz, serem realocados na escola e no horário que o prefeito quiser! Não é à toa que IMPERADOR é um dos apelidos deste senhor.
            Claro que os profissionais da educação não se calaram e foram à luta. No dia 08/08, os mesmos foram na câmara cobrar respostas dos senhores vereadores. O problema é que suas excelências fingiram que os mesmos nem estavam ali e, sob vaias e gritos de ordem dos educadores, deixaram covardemente o plenário da câmara! Os profissionais então ocuparam o espaço por cerca de uma hora e meia, e posteriormente deixaram a câmara.
            Quando interpelado sobre isto, o Imperador Drable II ofendeu gravemente a honra destes bravos profissionais que só querem proteger seus direitos. Primeiro disse que eles só pensam em dinheiro, e, depois disse que aumentou a carga horária das diretoras para fazer o combate as drogas. Ora, que eu saiba elas não tem este poder, nem está atribuição em seus cargos! Sobre as demais maldades, ele fingiu que não sabe!
            Sei que os profissionais da educação vão lutar para reverter este quadro, mas é importante que se diga, está luta não é só deles, mas de toda a cidade. Um prefeito que ataca de maneira tão baixa a educação merece resposta, e precisamos estar nas ruas para, junto com os educadores de Barra Mansa, construir um lugar melhor para todos, ah se a cidade fosse nossa.

           
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O Descaso com o Palácio Barão de Guapi

sexta-feira, 23 de junho de 2017
Por: Luiz Ricardo Landim

Mudaram as estações, nada mudou. É com essa frase da música “Por Enquanto” de Renato Russo e que ficou imortalizada na voz de Cássia Eller que podemos fazer uma analogia do modo como o atual governo trata seus patrimônios públicos. Houve uma mudança de gestão, mas o descaso continua. O patrimônio em questão é o Palácio Barão de Guapi, que tem 152 anos e que em 1979 foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural e que hoje abriga a Biblioteca Municipal Professora Adelaide da Cunha Franco e a Fundação de Cultura de Barra Mansa. Na noite de quarta-feira (21/06/2017) o prédio sofreu um arrombamento e teve um computador, impressora e um molho de chaves furtados. Isso mostra um reflexo da total falta de segurança que a prefeitura tem com o Palácio. Vale ressaltar que o mesmo local foi vítima de furto no começo do ano.

Um outro descaso, evidente para qualquer um que passe em frente o prédio, é o total descuido do mesmo. Pedaços de seu reboco estão caindo, há pichações em suas fachadas e crescimento de arbustos em seu telhado são um reflexo do mal comprometimento com o prédio centenário.




Depois de todo o ocorrido 2 vezes, será que o prefeito Rodrigo Drable vai ao menos se comprometer com a segurança do patrimônio da cidade? Esperamos que o atual prefeito ao menos faça isso. Esperamos também que ele invista em uma reforma para o Palácio, pois o mesmo necessita. Se ele não tiver o mínimo de consideração com isso, será apenas a confirmação da frase que abre este texto.


Curiosidade: Além de toda historicidade do patrimônio, é importante ressaltar quem foi Barão de Guapi. Joaquim José Ferraz de Oliveira, o primeiro e único Barão de Guapi (1830-1893) foi um membro da elite ruralista do século XIX e também é valido ressaltar que o prédio serviu à uma pequena aristocracia da cidade.



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PSOL BM se faz presente na luta: “Fora Temer e Diretas Já”

segunda-feira, 22 de maio de 2017
Na última quarta-feira (17/05/2017), o Brasil parou com a revelação de que Joesley Batista, presidente da JBS, dona do frigorífico da Friboi, gravou o ilegítimo presidente Michel Temer (PMDB) dando aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha (PMDB) na prisão. Além do áudio em que o senador Aécio Neves pede dois milhões em propina, falando coisas inescrupulosas, para arcar com os gastos com sua defesa nos processos de investigação na Lava-Jato.  No dia seguinte, movimentos sociais e partidos foram às ruas pedindo a renúncia do ilegítimo Temer e eleições diretas no país. O PSOL Barra Mansa foi para a praça da antiga estação e fez um movimento explicando a gravidade da situação para os que ali passavam, denunciando também os problemas de corrupção que ocorrem nos cenários estadual e municipal. Confira as fotos do nosso ato:










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Mobilidade Urbana Já! A luta de Santa Maria II e Vila Ursulino, bairros de Barra Mansa.

segunda-feira, 17 de abril de 2017
Por Eduardo Ângelo

                 Um dos maiores problemas das cidades brasileiras é o da mobilidade urbana. As pessoas têm dificuldades absurdas ao se locomoverem pelas cidades e por isso têm problemas no acesso ao poder público (seus serviços e instituições), no acesso ao estudo e lazer, aos espaços de cuidado com a saúde, entre outros. Com o passar do tempo as cidades são mais de “uns”, que vivem nos melhores locais, que de “outros”, que vivem em lugares distantes e periféricos. Não há planejamento urbano e só cresce a especulação imobiliária, num movimento de constante aumento dos preços e aluguéis ao redor de áreas tidas como “nobres”, que concentram os melhores serviços, instalações e equipamentos públicos (creches, escolas, hospitais, melhores ruas e praças, opções de lazer e etc.), o que joga a população de menor renda para a periferia. Para piorar o quadro, em geral, as empresas de transportes coletivos praticam preços absurdos e oferecem um serviço de baixíssima qualidade, pois financiam as eleições municipais. Ou melhor, investem em seus candidatos. Assim, durante todo um mandato municipal, elas têm o apoio do poder público pra fazerem o que querem. Só a mobilização popular pode enfrentar esse terrível problema.
                No dia 31 de março os moradores de Santa Maria II e Vila Ursulino deram exemplo. Fizeram um protesto contra a situação dos ônibus nesses bairros parando a circulação dos coletivos das 7h e 15 min às 11h e 30 min. O protesto chegou a sair em jornais locais. Interessado nesse importante exemplo de mobilização popular, o Psol Barra Mansa entrou em contato com moradores da localidade e marcou um bate-papo sobre o tema.
                No caminho para a Santa Maria II nos deparamos com uma imagem que expressa como a prefeitura atual trata os direitos da população, COM MUITO MARKETING E POUCO RESPEITO. Na rua Risoleta Neves (no bairro Santa Maria II) há uma faixa, em nome de Rodrigo Drable e de um candidato a vereador, agradecendo os votos recebidos. Ao lado, um ponto de ônibus em estado deplorável. A rua está toda esburacada. Quando chegamos ao local do bate-papo também nos deparamos com um terrível cenário: a academia da terceira idade, na mesma rua, tem mato saindo das rachaduras no concreto, o pequeno campo de futebol ao lado foi tomado pelo mato e o rio Bananal que passa ali está assoreado e também tomado pelo mato, parecendo um córrego, o que leva ao alagamento quando chove. Além disso, a iluminação do local é precária, o que coloca em risco todos os moradores que circulam por ali.





 
                 


                 Conversamos com cerca de dez moradores sobre a situação dos bairros no dia 13 de abril. Janaína Carla, afirmou que:

Seis horas da manhã o ônibus já vem lotado. Tanto da Vila Ursulino para o Santa Maria II, quanto do Santa Maria II para a Vila Ursulino/Centro. Lotado. Seis e vinte da manhã lá na Vila Ursulino as crianças não conseguem entrar no ônibus. Aí chega atrasado! Ou chegamos em nossos compromissos muito antes ou muito atrasados.

                As crianças são um dos principais alvos do problema. Os bairros Vila Ursulino e Santa Maria II, juntos, tinham cerca de 4000 habitantes em 2010, mesmo número do bairro Vista Alegre que é considerado populoso. 20% desses habitantes são crianças (FONTE: Censo IBGE, 2010). Ou seja, hoje, centenas de crianças enfrentam essa situação que compromete parte de seu desempenho escolar e as coloca em perigo. Um morador local disse ir à escola de bicicleta levar e buscar dois filhos, todos os dias, pois eles não conseguem ir de ônibus.
                A situação dos idosos também é crítica. Janaína contou que recentemente pegou um ônibus na Colônia, alternativa usada pelos moradores de Santa Maria II para lidar com os atrasos dos coletivos que passam pelo bairro, e quando entrou no ônibus lotado contou oito idosos em pé, “eu fiquei tão chocada [...] Tudo espremido naquele meio”. Dona Léia, por sua vez, disse:

Segunda-feira eu fiquei de 13h e 15min até 14h e 15min no ponto inicial esperando. Não passou nem Santa Maria II, nem Vila Ursulino. Eu tinha médico. Eu perdi o médico. Aí, eu quero saber quem vai ressarcir o valor da minha consulta? [...] Nós moramos aqui. Nós pagamos impostos.

Além do prejuízo financeiro, a situação colocou sua saúde em risco. Dona Léia foi à Coordenadoria de Trânsito e Transporte de Barra Mansa (COORTRAN), no Parque da Cidade, e não encontrou ninguém para atendê-la. Cabe lembrar que a travessia para a colônia, via passarela ou ponte, não é segura. Há mato por todos os lados e a iluminação é precária.
A retirada de dois carros do horário de pico/rush (bem cedo, pela manhã, e na volta do trabalho, de tarde), desde o ano passado, gera sérios problemas pra todos. Além disso, o “Jardim Amália” que era uma opção para os moradores irem direto para Volta Redonda, de hora em hora, depois de se tornar linha da empresa Falcão não faz mais esse trajeto. Os trabalhadores da CSN são os mais prejudicados nesse caso. A falta de opção e horários aumenta o tempo da jornada de trabalho das pessoas e piora a qualidade de vida. Dona Lúcia disse que usava este ônibus para fazer aulas de dança em Volta Redonda, agora qualquer pessoa que trabalha ou estuda lá tem que pegar dois ônibus.
Dulcinéia foi enfática sobre a piora recente no serviço de transporte: “Ou fica como está, ou melhora. Agora, piorar não dá!” Os moradores ressaltaram o “descaso total” do poder público, que deve permitir o aumento da passagem para R$4,20, em maio. A informação já circula via “boca de peão” (rumores entre a população). Vale ressaltar que a passagem em Barra Mansa sempre foi UMA DAS MAIS CARAS DO BRASIL. Nas duas capitais mais importantes do Sudeste, Rio de Janeiro e São Paulo, o valor da passagem nesse ano é R$3,80. Na capital federal (Brasília) a passagem é R$3,50 (FONTE: As capitais em que a tarifa do ônibus ficou mais cara em 2017. Revista Exame, 9/01/2017). Como se justifica R$3,80 em Barra Mansa?
Todos esses problemas levaram os moradores à mobilização. Após o protesto a empresa Triecon e Colitur, que formam o consórcio TransBM, informou aos jornais locais que tinha enviado um representante para falar com a população. Os moradores afirmaram que a empresa não enviou ninguém. Por outro lado, O Secretário de Ordem Pública, Luiz Furlani, pediu para que representantes do movimento fossem ao seu encontro. Os representantes foram, mas não foram recebidos por ninguém. Dessa forma, a população local fez novo protesto no dia 17 de março (segunda-feira) próximo ao C.M. Dr. Elvino, na Vila Ursulino.


 A população bloqueou a passagem de quatro ônibus e solicitou a presença de um representante da prefeitura capaz de dar uma resposta que avance na solução do problema. Esse alguém não tinha aparecido até a redação desse texto, mas a Guarda Municipal e a Polícia Militar foram os primeiros agentes do poder público a chegar no local.  Foi informado que Luiz Furlani (Sec.  de Ordem Pública) pediu uma nova comitiva para se encontrar. Porém, com base no descaso anterior, a população exigiu a presença dele no local do protesto. A solicitação de comitivas visa a enfraquecer os atos e esvaziar o local destes.   
Então, já que todos fogem, nos perguntamos: a quem cabe a responsabilidade de gestão do serviço de ônibus? Resposta: à prefeitura. Segundo a legislação vigente:

A Prefeitura de Barra Mansa na qualidade de gestora do sistema, definirá as linhas urbanas quanto à sua nomenclatura, itinerário, horários de atendimento, número necessário de veículos em função da demanda e tipo de veículo a ser utilizado em cada uma delas. (FONTE: Edital de Transporte Coletivo, 2014, p. 718. Lei: 3355 de 2002)

Voltando à postura da prefeitura de muito marketing e pouco respeito, cabe lembrar o Programa de Governo do HORRORdrigo Drable, usado em sua campanha. O programa afirma que é objetivo “melhorar percursos, a frequência e reestudar valores de tarifa e padrões do transporte coletivo da cidade”. Como diz o ditado, “falar é fácil(...)”, e cabe exclusivamente à prefeitura lidar com esses problemas. Ela e os vereadores têm também a responsabilidade de não penalizar a população com tarifas absurdas.

A CIDADE É UM DIREITO DE TODAS E TODOS!

É preciso democratizar o uso das cidades! Essa luta é uma responsabilidade de todos. Que os movimentos pela mobilidade urbana cresçam em todos os bairros e que, juntos, possamos garantir nossos direitos e impedir abusos! Uma outra cidade é possível! Uma outra Barra Mansa é possível!

Sugestão: A quem possa interessar, aqui vai o link da fala de Kenzo, integrante do movimento RUA (Juventude Anticapitalista) e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), sobre Mobilidade Urbana, a convite do PSOL Barra Mansa. O evento ocorreu no Palácio Barão de Guapy no dia 8/02/2015. Na ocasião, estávamos acompanhando o último processo de licitação na cidade.

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Temos que TEMER a Reforma de TEMER!

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Por: Leonardo Ângelo


Sim, temos a necessidade de mudar a estrutura de nossas escolas e de priorizar a educação em nosso país, valorizar os professores e discutirmos o currículo, mas porquê o que o governo aprovou é estranho?

A Reforma do Ensino Médio feita pelo governo não veio para mudar a escola PÚBLICA que é pensada para ser pior que a PRIVADA. Aumentar a carga horária (tempo na escola) de 800 para 1400 atinge os alunos mais pobres, pretos e pardos que têm de trabalhar e estudar, mas propaganda não foi feita para mostrar a realidade e na do governo TEMER um jovem apresenta a “transformação do ensino médio” para seus companheiros e todos curtem.  Das questões apresentadas na propaganda gostaríamos de comentar algumas:

- Passa-se a ideia de que o aluno poderá escolher de acordo com sua vocação. Duas coisas surgem aqui:
  • a) alunos do ensino médio sabem suas vocações? O governo ofereceria suporte para isso? 
  • b) Todas as escolas terão as 5 opções de currículo (linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico)? Não! O próprio governo já assumiu que não terá dinheiro para implantar todas as opções em todas as escolas. Assim, nem todos os alunos de uma escola continuarão na mesma instituição para terminar o ensino médio, corre-se o risco de termos uma concorrência enorme entre alunos para determinada opção de formação que poderá ser oferecida por apenas uma ou duas escolas da cidade.


- Coloca-se que o ensino médio se tornará mais atraente e a evasão (saída da escola antes de terminar os estudos) diminuirá, mas quantos dos jovens terão de optar entre o trabalho ou o estudo? Lembramos que 1 em cada 3 alunos do ensino médio estudam à noite e o Ministro da Educação já se pronunciou contra o ensino noturno.

- Convida a sociedade para o diálogo mas centraliza a decisão no Ministério da Educação. O governo não dialogou com os alunos de escolas ocupadas, nem com os movimentos sociais e nem com os especialistas em educação. A Reforma veio como Medida Provisória e sem o debate com a sociedade, dialogo???

- O governo não fala na propaganda como investirá na educação integral e entra em contradição pois ao aprovar a PEC 55 (chamada de Controle de Gastos) restringiu as verbas para saúde e educação. A quem interessa as REFORMAS desse governo? Não ao povo, mas ao setor privado!!!
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